A apresentadora Luciana Gimenez se viu na última terça envolvida num dos principais acontecimentos da semana: a prisão, pelo Exército, do sargento Laci de Araújo.
Araújo e seu companheiro, o também militar Fernando Figueiredo, assumiram em entrevista à revista "Época" que mantêm uma relação amorosa desde 1997. Eles estavam no "Superpop", ao vivo, contando suas histórias, quando o Exército cercou a Rede TV!, em Barueri (Grande SP), para prender Araújo por deserção.
Luciana falou à Folha sobre o que viu e pensou da ação do Exército.
FOLHA - Como foi estar no centro de um acontecimento importante?
LUCIANA GIMENEZ - Quando o Exército chegou à Rede TV!, eu fiquei um pouco tensa. Senti que o rapaz [Araújo] estava bastante nervoso, ele falou que ia se matar. Sabia que não podia acobertá-lo, mas também não podia permitir que ele fosse preso com violência.
FOLHA - O que você pensou quando te falaram que o Exército cercara a emissora?
LUCIANA - Pensei que o diretor do programa estava brincando. Eu achei que ele [Araújo] tinha conhecimento do motivo e lhe falei que o Exército estava lá. Ele começou a chorar, disse que não ia se render.
FOLHA - Foi o programa mais tenso da história do "Superpop"?
LUCIANA - Foi um dos mais tensos. Mas o legal é que o Exército e a Rede TV! agiram com calma. A sensação era a de que todos queriam o melhor.
FOLHA - Você teve medo de que o Exército invadisse seu palco?
LUCIANA - Por alguns momentos, sim. Mas eles [do Exército] se mostraram muito calmos, cautelosos. Gostei de ver. Foi um trabalho bem profissional.
FOLHA - Você não achou a prisão injusta? Foi por homofobia?
LUCIANA - Eu não diria que foi uma prisão por homofobia. Ele [Araújo] estava infringindo uma regra, não pode sair do Exército assim, e sabia disso. Regras têm de ser cumpridas. Não vi nenhum maltrato. Não acho que seja esse [homofobia] o motivo [da prisão]. Preconceito é muito feio, mas precisa ser combatido com educação.
FOLHA - O programa foi encurtado por causa da ação do Exército?
LUCIANA - Não, mas deixou de ser esticado, o que é bonito. A gente não quis fazer sensacionalismo em cima dos rapazes. A gente começou a subir no Ibope e, claro, poderia ter continuado no ar, mas fomos tomados por um sentimento humano: vamos ajudar esse rapaz e o Exército também. (Fonte: Daniel Castro, Folha de S. Paulo)
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